Não se dança mais o 'bailinho' da Madeira na Taça de Portugal. A Camacha 'caiu do céu', com um 'tiro' certeiro do Pinhalnovense, e não vale a pena atirar (todas) as culpas para cima do trio de arbitragem, como desculpa para justificar uma exibição cinzenta - a colorida durou apenas dez minutos. É verdade que os maus 'homens do apito' tiveram interpretações incorrectas em muitos lances, prejudicando a equipa da casa, sobretudo no lance que ditou a expulsão injusta de Agrela, mas no principal há que vincar a tarde pouco inspirada dos camachenses. Entrou forte a equipa da Camacha, disposta a resolver a eliminatória bem cedo. Aos 8 minutos, Nivaldo atirou de cabeça à barra, no minuto seguinte Anderson, em remate acrobático, rematou à figura de Paulo Alves, e aos 10 minutos foi a vez de Dally chutar ligeiramente por cima. E… acabou-se, a Camacha ficou-se por ali, não mais criou perigo, porque a equipa adversária acertou nas marcações. A luta do meio-campo perdeu-se e o esquema táctico (4x3x3) tornou-se previsível, apesar das constantes trocas dos três homens da frente - Nivaldo, Anderson e Dally. O problema estava mesmo no miolo, onde faltavam 'peças' - ali o 4x4x2 em losango, que já tantas alegrias deu à Camacha teria sido, provavelmente, mais eficaz, pois o ataque ganharia mais um elo de ligação. O jogo arrastou-se até ao intervalo, com o crescimento sustentado do Pinhalnovense, materializado em golo já no segundo tempo, logo aos dois minutos. Num desamparado meio-campo, Amaro Filipe conquistou a bola e com um passe magistral isolou Laurindo , que à saída de Fábio meteu a bola por entre as pernas do guarda-redes… até ao fundo das redes. Pediu-se fora-de-jogo, mas nem as imagens conseguem esclarecer . Certo é que era injusta a vantagem forasteira, apenas justificada daí para a frente. Ainda 'arregaçou' as mangas a equipa da casa, na busca do empate, só que Dally, ao agredir um adversário sem bola, foi justamente expulso, e ninguém mais acreditou. A partir daqui também o árbitro complicou mas, atenção, Dally foi o primeiro a deitar tudo por terra. Na terra onde nasceu o futebol em Portugal, esqueceram-se de dançar o 'balinho', por isso agora resta apenas enxugar as lágrimas e corrigir atitudes e posições. O mundo não acabou. Reacções José Barros (treinador da Camacha): "Devo ser algum profeta, porque consigo prever situações. Desconfiei muito do jogo Pinhalnovense-Igreja Nova e do encontro Lagoa-Camacha, onde aconteceram coisas esquisitas. Sempre fomos uma equipa disciplinada, mas de repente vejo jogadores da Camacha a serem expulsos. Tenho muitas dúvidas no golo do Pinhalnovense, na expulsão do Agrela. Este senhor que veio aqui eliminou-nos o ano passado, contra o União, com dois penáltis e um golo anulado. Parabéns a este senhor, ganhou 1-0 à Camacha. Estou triste, porque os meus jogadores tudo fizeram e trabalharam para levar de vencida este jogo. Não consigo falar mais porque estou muito nervoso". Paulo Fonseca (treinador do Pinhalnovense): "Foi uma vitória merecida da nossa equipa. É um facto que o Camacha começou melhor o jogo, atirou uma bola à trave, mas a partir daí controlámos e dominámos o jogo. Isto representa muito para um clube com a nossa dimensão. Fizemos história". |
Filipe Sousa |
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Camacha, 0 Pinhalnovense, 1 Esqueceram-se do 'bailinho in Diário de Notícias
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