quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Camacha, 0 Pinhalnovense, 1 Esqueceram-se do 'bailinho in Diário de Notícias

Não se dança mais o 'bailinho' da Madeira na Taça de Portugal. A Camacha
'caiu do céu', com um 'tiro' certeiro do Pinhalnovense, e não vale a pena
atirar (todas) as culpas para cima do trio de arbitragem, como desculpa
para justificar uma exibição cinzenta - a colorida durou apenas dez minutos.
É verdade que os maus 'homens do apito' tiveram interpretações incorrectas
em muitos lances, prejudicando a equipa da casa, sobretudo no lance que
ditou a expulsão injusta de Agrela, mas no principal há que vincar a tarde
pouco inspirada dos camachenses.

Entrou forte a equipa da Camacha, disposta a resolver a eliminatória bem cedo.
Aos 8 minutos, Nivaldo atirou de cabeça à barra, no minuto seguinte Anderson,
em remate acrobático, rematou à figura de Paulo Alves, e aos 10 minutos foi a
vez de Dally chutar ligeiramente por cima.

E… acabou-se, a Camacha ficou-se por ali, não mais criou perigo, porque a equipa
adversária acertou nas marcações. A luta do meio-campo perdeu-se e o esquema
táctico (4x3x3) tornou-se previsível, apesar das constantes trocas dos três homens
da frente - Nivaldo, Anderson e Dally. O problema estava mesmo no miolo, onde
faltavam 'peças' - ali o 4x4x2 em losango, que já tantas alegrias deu à Camacha
teria sido, provavelmente, mais eficaz, pois o ataque ganharia mais um elo de ligação.

O jogo arrastou-se até ao intervalo, com o crescimento sustentado do Pinhalnovense,
materializado em golo já no segundo tempo, logo aos dois minutos. Num desamparado
meio-campo, Amaro Filipe conquistou a bola e com um passe magistral isolou Laurindo
, que à saída de Fábio meteu a bola por entre as pernas do guarda-redes… até ao
fundo das redes. Pediu-se fora-de-jogo, mas nem as imagens conseguem esclarecer
. Certo é que era injusta a vantagem forasteira, apenas justificada daí para a frente.

Ainda 'arregaçou' as mangas a equipa da casa, na busca do empate, só que Dally,
ao agredir um adversário sem bola, foi justamente expulso, e ninguém mais acreditou.

A partir daqui também o árbitro complicou mas, atenção, Dally foi o primeiro a deitar
tudo por terra. Na terra onde nasceu o futebol em Portugal, esqueceram-se de
dançar o 'balinho', por isso agora resta apenas enxugar as lágrimas e corrigir
atitudes e posições. O mundo não acabou.

Reacções

José Barros (treinador da Camacha): "Devo ser algum profeta, porque consigo
prever situações. Desconfiei muito do jogo Pinhalnovense-Igreja Nova e do
encontro Lagoa-Camacha, onde aconteceram coisas esquisitas. Sempre fomos
uma equipa disciplinada, mas de repente vejo jogadores da Camacha a serem
expulsos. Tenho muitas dúvidas no golo do Pinhalnovense, na expulsão do Agrela.
Este senhor que veio aqui eliminou-nos o ano passado, contra o União, com
dois penáltis e um golo anulado. Parabéns a este senhor, ganhou 1-0 à Camacha.
Estou triste, porque os meus jogadores tudo fizeram e trabalharam para levar de
vencida este jogo. Não consigo falar mais porque estou muito nervoso".

Paulo Fonseca (treinador do Pinhalnovense): "Foi uma vitória merecida da
nossa equipa. É um facto que o Camacha começou melhor o jogo, atirou uma
bola à trave, mas a partir daí controlámos e dominámos o jogo. Isto representa
muito para um clube com a nossa dimensão. Fizemos história".


Filipe Sousa

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