Pontassolense vence Camacha por 2-0 |
Marcar cedo para depois controlar |
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Pontassolense vence Camacha por 2-0 |
Marcar cedo para depois controlar |
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Nunca os quartos-de-final estiveram tão perto e defrontar um adversário do mesmo escalão, em casa, abre excelentes perspectivas à Associação Desportiva da Camacha de seguir em frente na Taça de Portugal. Para que esse objectivo se concretize será necessário ultrapassar o Pinhalnovense, tal como ditou o sorteio da Taça de Portugal realizado ontem na sede da Federação Portuguesa de Futebol. Integrar o lote dos oito finalistas está perfeitamente ao alcance da equipa madeirense que assim terá a oportunidade de continuar a sonhar com um grande, FC Porto ou Sporting, caso ultrapassem também os respectivos adversários. Camacha e Pinhalnovense são velhos conhecidos e neste confronto a tradição não é muito favorável aos madeirenses, nomeadamente nos jogos caseiros. Nas duas visitas ao Campo da Nogueira, a equipa de Pinhal Novo venceu sempre (1-0 em 2003/04 e 2-1 na época seguinte). Na única vez em que mediram forças na Taça, em 2006/07 , o desfecho voltou a ser favorável ao Pinhalnovense (2-0 na 5.ª eliminatória disputada em Pinhal Novo). Mais recentemente, em Setembro, num jogo a contar para a 2.ª jornada do Campeonato Nacional da II divisão Zona Sul, registou-se um empate a um golo. Uma coisa é certa: no próximo dia 20 de Janeiro será feita história no Campo da Nogueira, já que ambas as equipas nunca estiveram nos quartos-de-final da prova rainha do futebol português. Dados históricos aparte , a verdade é que o sorteio foi 'amigo', daí o treinador José Barros não esconder "o desejo de concretizar o sonho de estar presente na final do Jamor." "Tínhamos o objectivo de encontrar uma equipa em que tivéssemos 50% de hipóteses de passar e isso aconteceu. Vamos jogar em casa e no aspecto desportivo isso é bom. Fiquei satisfeito com o sorteio e vamos fazer todos os possíveis para continuar a fazer história", realçou José Barros, que tem ideia semelhante daquela apresentada pelo técnico adversário (ver destaque). "Nestes jogos normalmente não existem favoritos. Há 50% de hipóteses para cada lado até porque são equipas do mesmo escalão", disse o treinador da AD Camacha sem esquecer os pontos fortes do adversário. "Têm qualidade e estão a fazer um bom campeonato. Conta com jogadores rápidos e experientes. Estão reunidas todas as condições para um bom jogo e vamos tentar fazer valer o factor casa", concluiu. Passar para atenuar a crise... Cauteloso, mas confiante. O presidente da AD Camacha, Celso Almeida, adverte para a qualidade do opositor e considera que "não são favas contadas ." Ainda assim, ficou satisfeito com o adversário que saiu na 'rifa'. "Foi um sorteio que nos beneficiou, mas agora temos de mostrar a nossa qualidade em campo", referiu para depois deixar um objectivo, mas também um lamento: "Temos problemas financeiros. Estamos a sofrer com a falta de dinheiro enquanto outras equipas da mesma divisão estão em dia. Por isso, numa próxima eliminatória, gostaríamos de jogar em casa com um grande para regularizar a situação dos jogadores." "50 % para cada lado", diz Paulo Fonseca Na temporada 2006/2007, depois de ter afastado a AD Camacha, a equipa de Pinhal Novo viveu um dos momentos mais importantes da sua história quando defrontou o Sporting (derrota por 6-0), nos oitavos-de-final da Taça de Portugal. Três anos depois há nova oportunidade para chegar mais além, embora o treinador do Pinhalnovense, Paulo Fonseca, reconheça que "o sorteio não foi favorável" devido ao valor do adversário. "É uma equipa muito forte e que está a fazer um excelente campeonato. A Camacha vale pela sua organização colectiva. É forte em todos os sectores e tem bons jogadores. Por tudo isto será um jogo bastante difícil. Mas temos as nossas ambições e que passam por seguir para a eliminatória seguinte", apontou Paulo Fonseca que enquanto jogador representou o Marítimo em 97/98. "Penso que vai ser um jogo em que ambas as equipas vão ter 50% de hipótese de passar", acrescentou ao DIÁRIO o treinador do Pinhalnovense. |
Pedro Freitas Oliveira |
Golo marcado nos descontos |
Camacha vence Estrela da Amadora |
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Oriental 1-1 Camacha |
Árbitro condicionou espectáculo |
Data: 30-11-2009 |
A Camacha vinha de duas derrotas consecutivas para o campeonato e este jogo, no reduto do actual segundo classificado, era o ideal para os seus atletas provarem que não tinham perdido o fulgor das primeiras jornadas. E o empate conseguido, conjugado com uma exibição convincente, prova que os pupilos de Zé Barros continuam a dar boa conta de si e até podiam ter saído de Marvilha com uma vitória. Durante o primeiro tempo, o Oriental controlou as operações, embora sem criar grandes oportunidades. O golo acabou por surgir num lance fortuito, com a barreira a desviar um livre marcado por Carlos Alves. Os camachenses entraram para a 2.ª etapa com outra atitude, dominando por completo. A entrada de Joel Santos deu outra dinâmica ao meio-campo insular e foi dos pés do veterano que saiu o cruzamento para o cabeceamento certeiro de Dally para o empate. Num bom espectáculo, foi pena a arbitragem não ter estado à altura. O árbitro Rui Patrício mostrou muitos amarelos por tudo e por nada - muitas vezes mal - e devia ter expulsado Sérgio Mendonça à beira do intervalo. |
M.G.V |
Oriental 1-1 Camacha |
Lances de bola parada determinaram o resultado |
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Futebol - 4.ª Eliminatória da Taça de Portugal |
Camacha 1 Vigor Mocidade 0 - Vitória muito suada |
A Camacha fez história ontem ao passar pela primeira vez desde a sua formação, em 1978, à quinta eliminatória da Taça de Portugal, numa vitória difícil mas justa por 1-0 frente ao Vigor e Mocidade. Foi uma primeira parte muito equilibrada, em que a equipa visitante, de uma divisão inferior à Camacha - 3.º divisão, série D - veio disposta a fazer taça, tal a atitude, empenho e qualidade do seu futebol, não condizente com o nono lugar que esta equipa ocupa no seu campeonato. Do lado da Camacha notou-se desde logo que as poucas alterações promovidas pelo professor José Barros tinham roubado alguma qualidade e entrosamento entre os jogadores, desempenho ao qual não era alheio os últimos maus resultados da equipa. De qualquer forma, foi sempre a Camacha a equipa que esteve por cima no jogo, criando várias oportunidades flagrantes de golo que ora o desacerto dos avançados, ora o acerto do guarda-redes Emanuel impediam. Aos 11 minutos os camachenses viam a equipa da casa marcar por intermédio de Anderson, mas o assistente, Bruno Brás, anulou o lance, marcando fora de jogo. Contudo, a melhor oportunidade dos primeiros 45 minutos pertenceu à equipa de Coimbra, por intermédio de China que, na cara do guarda-redes Fábio, chutou para fora depois de uma infantilidade incrível do central Elton. A segunda parte trouxe um jogo muito idêntico. A equipa visitante voltou a entrar bem na partida, algumas vezes com transições rápidas entre os seus jogadores, outras com lançamentos directos para os seus avançados, facto que ia baralhando a defesa contrária. Aos 52 m. fez-se história no estádio da Camacha quando, após um atraso, o guarda-redes Fábio bateu um pontapé de 70 metros, colocando imediatamente a bola nas costas da defesa do Vigor e Mocidade. A classe e a velocidade de Anderson fizeram o resto, com um arranque poderoso, o avançado da Camacha (o melhor jogador em campo), deixou os defesas para trás e na saída do guarda-redes adversário fez um chapéu. Estava feito o mais difícil. |
Camacha vence e faz história na Taça de Portugal |
Missão cumprida... |
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Odivelas marcou sempre contra a corrente do jogo |
Camacha sem “estrelinha” |
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Camacha, 0 Igreja Nova, 1 |
Invencibilidade ficou na Igreja |
Quem diria que os camachenses perderiam a invencibilidade em casa? Certamente ninguém, de boa fé, dado o futebol que a equipa azul e branca tem apresentado durante a época em curso. Mas também ninguém adivinharia que os camachenses descessem tanto em termos exibicionais tendo em conta a qualidade apresentada recentemente... Com efeito, o primeiro tempo foi sempre mal disputada, mas o domínio pertenceu exclusivamente aos donos do terreno. O Igreja Nova recolhia-se praticamente ao seu meio-campo defensivo, dificultando também os processos ofensivos dos camachenses, particularmente desinspirados na tarde de ontem. A melhor ocasião de perigo da etapa inicial pertenceu a Anderson mas surgiria após um erro infantil do guardião forasteiro, que saiu da baliza sem justificação aparente e o avançado camachense quase aproveitava esse seu 'devaneio' pontual. Na segunda parte, a Camacha tentou acelerar o seu futebol, mas não conseguiu evitar alguns contragolpes do adversário. E foi na sequência de um desses lances rápidos e de uma desatenção grosseira da defensiva camachense, que o Igreja Nova marcou o tento decisivo do embate. Decorria o minuto 69 quando Daniel Nunes encontrou Hélder Costa na área, completamente liberto de marcação, que não teve dificuldade em visar a baliza camachense com sucesso. Os camachenses tentaram diluir o prejuízo, mas nunca conseguiram furar a muralha defensiva adversária. Reacções José Barros (técnico da Camacha): "Foi um jogo muito pobre, principalmente da Camacha pelo que tem habituado os adeptos a assistir em casa, e naturalmente o resultado não nos satisfaz, e devo confessar que pouco fizemos para ganhar. Creio que o empate seria o resultado mais justo, mas infelizmente as coisas não nos correram bem, já desde Abril de 2008 que não perdíamos em casa, esta época também foi a única derrota que tivemos. Pronto isto não nos vai deitar abaixo vamos continuar a trabalhar, foi um percalço". Rui Paulo (técnico do Igreja Nova): "Conseguimos fazer um bom jogo, a Camacha é uma equipa com grande qualidade, mas não lhe demos espaço". |
António Gonçalves |
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Empate em 'casa' do líder soube a pouco |
Camachenses pareceram não se contentar com o empate e foram à procura de mais |
Era o jogo mais esperado da jornada, pois opunha os dois primeiros classificados. Por isso, podemos considerar que a qualidade do futebol praticado ficou um pouco a desejar. O empate, que se ajusta, deixa tudo na mesma em termos classificativos, mas provavelmente os visitantes devem ter saído de Alcântara com o amargo de boca, devido às boas oportunidades que criaram ao longo da partida. A Camacha, cujos objectivos são bem modestos, continua a surpreender neste campeonato e promete, como aconteceu ontem, criar muitas dores de cabeça aos candidatos à subida e bater-se "taco-a-taco" com as equipas teoricamente mais fortes desta Zona Sul. Os insulares continuam invictos e demonstram ser um conjunto extremamente organizado dentro das quatro linhas. O Atlético entrou ligeiramente melhor no encontro, procurando assumir as despesas dos acontecimentos, mas sempre com um futebol pouco objectivo. Do outro lado, a dupla Anderson e Dally criava boas jogadas de ataque, causando alguns calafrios na defesa contrária. E quando os camacheiros pareciam ter tudo controlado, Rolão inaugurou o marcador para a formação da casa. O tento sofrido desorientou os madeirenses nos minutos finais do primeiro tempo, mas a entrada na etapa complementar não podia ser melhor. Dally, de cabeça, deu o melhor seguimento ao canto apontado por Agrela, restabelecendo a igualdade. Os pupilos de José Barros não se davam por satisfeitos com o empate e continuaram a rondar a baliza de Botelho, através dos livres de Rogeirinho e da técnica de Anderson. Contudo, faltou sempre alguém na área para finalizar. A derradeira oportunidade do encontro acabou por pertencer aos lisboetas, com Tuga a falhar escandalosamente o golo da vitória. A arbitragem de José Godinho, de Évora, ficou a desejar. Reacções António Pereira, treinador do Atlético: "Foi um bom jogo, entre duas equipas que queriam ganhar. Penso que tivemos mais perto da vitória, mas o empate premeia aquilo que a equipa da Camacha fez". José Barros, treinador da Camacha: "Como previa, foi um encontro disputado e sabia que a diferença aconteceria nas bolas paradas. Penso que tivemos sempre o jogo controlado, mas num erro nosso o adversário chegou à vantagem. O nosso objectivo continua a ser manutenção, mas o que vier por acréscimo é bom". |
Mudanças de treinadores
Na jornada passada assistiu-se a uma anormal estreia de treinadores nas suas respectivas equipas. Facto que se tem tornado numa realidade constante nos nossos campeonatos. Mas porquê tanta aversão à estabilidade dos quadros técnicos? Será que é uma situação premeditada?
A mudança normal ou anormal de treinadores também se prende à vertente empresarial do futebol. Clubes e empresários estão sem dúvida na base de tanta mudança. Tráfico de influências é constante e evidente onde se sobrepõe, muitas vezes, ao poder de decisão dos clubes. Mas se tal acontece é devido à falta de uma estratégia de um rumo e de um projecto dos clubes. Há uma evidente exploração dos clubes pelos dirigentes, há um sentimento claro de se servirem dos clubes e não servirem os clubes. E quem perde é sempre o treinador. Solitário, desprotegido e muitas vezes alheio ao fenómeno negro negocial do futebol, acaba por ser vítima de um sistema onde prevalece a injustiça, a incoerência e a hipocrisia.
O futebol é um negócio, ninguém tem dúvidas disso. O futebol anda de mão dada com a comunicação social e o sucesso que, por vezes, surge a quem estiver melhor relacionado e não a quem é mais capaz. E quando isso acontece assistimos a um proteccionismo exacerbado que permite que se digam e façam coisas sempre com a devida protecção.
Credibilizem o jogo, a verdade desportiva. Não acabem com o futebol como previa Nelo Vingada num colóquio recente. Promovam a competência que de certeza todos irão tirar dividendos positivos desse tipo de actuação.