sábado, 31 de outubro de 2009

Mu(danças) de treinadores

Mudanças de treinadores

Na jornada passada assistiu-se a uma anormal estreia de treinadores nas suas respectivas equipas. Facto que se tem tornado numa realidade constante nos nossos campeonatos. Mas porquê tanta aversão à estabilidade dos quadros técnicos? Será que é uma situação premeditada?

A mudança normal ou anormal de treinadores também se prende à vertente empresarial do futebol. Clubes e empresários estão sem dúvida na base de tanta mudança. Tráfico de influências é constante e evidente onde se sobrepõe, muitas vezes, ao poder de decisão dos clubes. Mas se tal acontece é devido à falta de uma estratégia de um rumo e de um projecto dos clubes. Há uma evidente exploração dos clubes pelos dirigentes, há um sentimento claro de se servirem dos clubes e não servirem os clubes. E quem perde é sempre o treinador. Solitário, desprotegido e muitas vezes alheio ao fenómeno negro negocial do futebol, acaba por ser vítima de um sistema onde prevalece a injustiça, a incoerência e a hipocrisia.

O futebol é um negócio, ninguém tem dúvidas disso. O futebol anda de mão dada com a comunicação social e o sucesso que, por vezes, surge a quem estiver melhor relacionado e não a quem é mais capaz. E quando isso acontece assistimos a um proteccionismo exacerbado que permite que se digam e façam coisas sempre com a devida protecção.

Credibilizem o jogo, a verdade desportiva. Não acabem com o futebol como previa Nelo Vingada num colóquio recente. Promovam a competência que de certeza todos irão tirar dividendos positivos desse tipo de actuação.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Camacha 2 Santana 0 in Diário de Notícias da Madeira

Camacha, 2 Santana, 0

Menosprezo inicial bem compensado

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Data: 26-10-2009

Ao intervalo um adepto da Camacha disse: "Menosprezar o adversário nunca dá certo." Tinha razão, os camachenses pensaram que o jogo seria 'favas contadas' mas deram-se mal com a atitude da primeira parte.
A equipa da casa jogou de forma muito lenta e deu-se muito mal perante a boa estrutura defensiva do Santana, que soube fechar muito bem os caminhos para a baliza.
O domínio pertenceu por completo à Camacha, que no arranque do jogo, através de Anderson e Celso criou duas boas situações de golo. A partir daí... deu sono. Os camachenses chegaram a enervar os adeptos, porque tinham ousado pensar que o adversário era demasiado fácil.
A segunda parte, com endiabrado Dally em acção - entrou para o lugar do apagado e lesionado Geufer ainda na primeira parte -, os camachenses passaram a jogar de forma mais rápida e com outra dinâmica. Tinham deixado no balneário a ideia de que o Santana não tinha valor.
Aos poucos, o domínio camachense foi-se intensificando e começou a cheirar a golo, que o Santana foi adiando, apesar de já dar mostras de algum cansaço. Jordão, com duas boas defesas, adiou o inevitável, já que o golo da equipa da casa acabaria por chegar, através do 'suspeito' Dally, que aproveitou uma bola perdida, após um seu remate, para enviar a bola para o fundo da baliza.
Em desespero, o Santana abriu a frente de ataque mas concedeu espaços, que a Camacha aproveitou em contra-ataque. E num desses lances, Dally voltou a marcar, mas estava claramente em fora-de-jogo. Portanto, mau trabalho do árbitro.

Reacções

Joel Santos (jogador da Camacha): "Entrámos a pensar que o jogo iria ser fácil, tendo em conta as dificuldades financeiras do Santana. Na segunda parte acordámos bem cedo e marcámos dois golos. O nosso objectivo é jogo a jogo.".

Paulo Abreu (treinador do Santana): "Na primeira parte fechámos bem os caminhos da nossa baliza a uma das melhores equipas desta Série, se não mesmo a melhor. O segundo golo parece um claro fora-de-jogo, não sei como o auxiliar não viu.".


Filipe Sousa

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Camacha chegou ao intervalo a vencer por 3-0. Estar à beira de golear e acabar a sofrer

A Camacha segue para a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal, após conseguir uma brilhante e justa vitória ante o Paredes, equipa que milita no mesmo escalão dos camachenses (II Divisão) mas que apresenta menor qualidade futebolística. No entanto, pelo que fez na segunda parte, a equipa nortenha merecia perder pela diferença mínima.
Os três golos apontados por Geufer (1) e Anderson (2), ainda na primeira parte, decidiram o desfecho da partida, bem como se provou que quem constrói mais e melhores oportunidades de golos, mais tarde ou mais cedo colhe os benefícios. Anderson, extremo da Camacha que se destacou dos demais companheiros, marcou dois excelentes golos, com evidência para o seu segundo (3.ª da Camacha), resultado de um remate colocado ao ângulo inferior da baliza de Vasco Viana. Um remate indefensável!
Ainda na primeira parte, honra para o golo inaugural de Geufer, a concluir uma excelente jogada de Carlitos, na direita. O Cruzamento saiu largo, aparecendo Geufer, de cabeça, a atirar à figura de Hugo Viana. Entretanto, o avançado brasileiro da Camacha insistiu e fez a recarga, batendo o desamparado guardião forasteiro. E lá se foram os primeiros 45 minutos.
Já na segunda parte, apenas se viu a equipa do Paredes jogar e construir algumas boas oportunidades de golo, tendo apenas feito um golo, através de Sousa, aos 53 minutos. A partir daí, o Paredes procurava reduzir a vantagem, enquanto a equipa da Camacha controlava as operações, realizando boas acções defensivas. Uma vitória justa, num jogo bem arbitrado por José Gomes, de Lisboa.

«Uma grande primeira parte»

Anderson (jogador da Camacha): «Pelo que fizemos na primeira parte, o resultado acaba por ser justo para a Camacha. Depois, gerimos o jogo do adversário nos 45 minutos seguintes. Controlámos o desafio, facto que nos garantiu uma excelente vitória. Agora? Como todos nós esperamos, vamos esperar por um grande. É o sonho de todos os jogadores da Camacha jogar com o Benfica, Porto ou Sporting».

Filipe Rocha (Paredes): « A vitória da camacha parece-me justa. No entanto, a minha equipa só jogou depois de estar a perder por 3-0. Isso foi mau. Jogámos melhor na segunda, é verdade, mas nunca fomos capazes de ultrapassar a organização da Camacha. Mesmo assim, criámos algumas oportunidades de golos.Nós temos de aprender que os jogos começam com 0-0 e não a perder por 3-0».

Paulo Graça

Camacha 3 Paredes 1 - Paredes destruídas in Diário de Notícias

Camacha 3 Paredes 1 - Paredes destruídas
Camachenses resolveram a eliminatória nos primeiros 45 minutos.
Data: 19-10-2009

Uma boa primeira parte da formação camachense acabou por ser absolutamente decisiva para o desfecho do encontro e consequente passagem da Camacha à fase seguinte da Taça de Portugal.

Os camachenses foram bem melhores que o adversários nos primeiros 45 minutos, mas a primeira ocasião de verdadeiro perigo demorou a surgir e, por sinal, acabaria por resultar em golo.

Carlitos efectuou o cruzamento e Geufer, como é seu apanágio, cabeceou bem para uma defesa incompleta do guardião forasteiro. Na recarga, o avançado da Camacha, inaugurou o marcador.

Começaria depois o festival de Anderson, primeiro com chances perdidas mas bem construídas, como é exemplo um lance individual que merecia ter o golo como corolário aos 25 minutos. Ainda antes do intervalo, Anderson festejou o golo por duas vezes. O primeiro Geufer serviu de assistente, depois, no segundo, o mérito acaba por ser quase exclusivamente de Anderson, tal a forma como rematou para o fundo das redes do Paredes.

'Destruídas' as Paredes, a Camacha tirou o pé do acelerador na 2.ª etapa. O Paredes subiu de rendimento reduzindo com justiça por Sousa, aos 53 minutos. Registe-se ainda a expulsão do técnico visitante.

Reacções

Anderson (Camacha): "Entramos fortes na 1.ª parte como o mister pediu. Na segunda e fomos muito pressionados, mas é normal. O difícil foram os primeiros 15 minutos. Estou satisfeito com os golos, vou trabalhar para continuar, quem sabe não serei o melhor marcador outravez? "speramos que o próximo jogo seja com uma equipa grande".

Filipe Rocha (Paredes): "A Camacha entrou melhor no jogo, aproveitou as ocasiões que teve, foi melhor na primeira parte, se calhar não merecia estar a ganhar por 3 - 0 mas merecia estar a ganhar, facilitámos...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Síntese do Futebol Madeirense - in DN

No rescaldo de um fim-de-semana futebolístico sem competição na Série Madeira, merecem relevo os triunfos de Camacha e União SAD que acabam por confirmar o bom momento de ambos nesta fase inicial da época.

Ainda sem derrotas, o duo madeirense continua a encher de esperanças os seus adeptos que acreditam, legitimamente, numa época de sucesso. Os camachenses, note-se, ostentam mesmo o estatuto de melhor ataque do campeonato, com dez golos - quatro dos quais apontados ontem em Aljustrel - volvidas apenas quatro rondas. Mais, sofreram apenas um, dividindo com o líder Atlético o título de melhor defesa.

A AD Camacha continua imparável - in JM

A AD Camacha continua imparável neste seu regresso à II divisão nacional. Ontem, a equipa de José Barros foi a Aljustrel golear a equipa local por 4-0, triunfo que valeu aos camachenses a permanência no segundo lugar da tabela, à frente do candidato União, SAD, embora com o mesmo número de pontos. Em plano irregular estiveram o Pontassolense e o Marítimo B, ao sofrerem ambos derrotas em casa alheia. Os da Ponta do Sol, em Pinhal Novo, os de Santo António, em Lagoa, no Algarve. Para os pupilos de Vítor Miguel tratou-se do primeiro desaire no campeonato, depois de um início fulgurante. Já a equipa B do Marítimo ainda não conseguiu vencer na prova e, como consequência, soma um ponto apenas e ocupa a última posição na tabela. Registe-se que Mitchell Van der Gaag, técnico principal do Marítimo, esteve ontem no banco a comandar os mais jovens.

Aljustrelense 0 Camacha 4 - Passeio... Só faltou o sol - in DN

A Camacha puxou dos galões e desde muito cedo deu mostras de querer arrumar a questão o mais rápido possível, manietando o Aljustrelense e tirando partido do melhor índice técnico-táctico dos seus jogadores para, paulatinamente, ir avolumando o score.

Com o golo de Dally, logo no minuto inicial, ficou muito mais facilitada a tarefa dos madeirenses, que logo a seguir ao quarto de hora aumentaram a vantagem. Se dúvidas havia, convenhamos, deixaram de existir, até porque os alentejanos raramente apoquentaram o último reduto contrário.

O 0-3, obra de Custódio, no reinício, colocou ponto final na questão. De resto, o último tento confirmou a apetência de Custódio pela baliza adversária, naquilo que se tornou um passeio ao sul do país. Mas muito por "culpa" da Camacha, que não facilitou...