segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Marítimo B, 2 Camacha, 2 in Diário de Notícias

Apesar do péssimo relvado, demasiado mau para ser verdade,
a que não é alheio a muita chuva que se abateu sobre a Região
nos últimos tempos, Marítimo B e Camacha proporcionaram um
bom espectáculo de futebol, com golos e muita emoção, e que
resultou num empate. Uma igualdade que acaba por se aceitar,
apesar dos verde-rubros terem desperdiçado uma grande penalidade.

A diferença, ou melhor, o empate foi determinado por lances de
bola parada. Mais matreiros, os camachenses souberam aproveitar
este 'modelo' de jogo para chegar duas vezes à vantagem, superiormente
anuladas pela classe de Kléber, avançado que viria a 'borrar a pintura'
ao desperdiçar um castigo máximo. No lance de bola parada, Kléber
permitiu a defesa a Cortes, perdendo a oportunidade de vestir
integralmente a 'camisola' de herói.

Centrado num 4x2x3x1, o Marítimo B entrou a pressionar o losango (4x4x2)
camachense mas sem causar perigo. Os sistemas tácticos encaixavam-se
e a guerra do meio-campo era sucessivamente anulada de um lado e outro.
O primeiro sinal de perigo só apareceu aos 15 minutos para o lado dos
visitantes,num remate forte de Evandro, com a bola a passar
perto do poste. Menos ofensivos,os camachenses eram, no entanto,
mais adultos e aos 31 minutos chegaram à vantagem,
através de um canto directo apontado por Rogerinho. Luís Carlos
estava obrigado a fazer muito mais.

O golo despertou os verde-rubros que, finalmente, aos 36 minutos
conseguiram fazer o primeiro remate à baliza: Sami permitiu defesa
fácil a Cortes.

Mais acutilantes e rápidos, utilizando toda a largura do (horroroso)
relvado, os jovens pupilos de Nélson Caldeira criaram mais dois lances
de perigo - num deles Cortes fez grande defesa a novo remate de
Sami (42 minutos) -, antes de chegarem à igualdade. E que golo!
Kléber recebeu de cabeça um passe de Dylan e, de primeira, sem
deixar a bola cair no chão, com pontapé de moinho, fez o justo empate.

Após o intervalo, as equipas voltaram a encaixar-se, as 'amarras'
defensivas prendiam o futebol ofensivo, enquanto a meio-campo
lutava-se com bravura pela posse de bola. Sem nada o fazer prever,
em novo pontapé de canto (curto), a Camacha voltou a adiantar-se
no marcador, num bom cabeceamento de Paulinho, a passe de
José Paulo. Os camachenses mostravam-se muito perigosos
em lances de bola parada, sinónimo de quem faz bem o 'trabalho de casa'.

O golo voltou a despertar as hostes verde-rubras, mais quando
Dylan atirou à barra (70). Quatro minutos depois, aproveitando
uma falha dos centrais contrários, Kléber isolou-se e à saída de
Cortes atirou para o fundo da baliza.

O Marítimo mostrava-se mais forte e aos 78 minutos, no lance
capital do jogo, Kléber desperdiçou a 'tal' grande penalidade, a
castigar mão de Paulinho na área.

Animicamente os verde-rubros caíram e a Camacha voltou a
crescer. Carlos Manuel - que grande jogo! - ainda atirou à barra,
mas o resultado estava feito, com justiça. A este nível não se podem
falhar nos lances(pénaltis) capitais. Arbitragem positiva.

Reacções

Nélson Caldeira, treinador do Marítimo B: "Resultado acaba por ser
bastante penalizador para nós. Na sequência de duas bolas paradas
sofremos dois golos que alteraram, na minha perspectiva, a justiça
do encontro, que foi claramente dominado por nós, por uma jovem
equipa. Parabéns a todos os intervenientes, porque este dérbi foi
bem jogado e emotivo. José Barros, treinador da Camacha:
"Jogo muito difícil para a Camacha que defrontou um adversário com
qualidade, ainda por cima reforçado com elementos da equipa A,
num terreno impraticável. As duas equipas tentaram ganhar o jogo,
a Camacha teve duas vezes o pássaro na mão, mas sofremos dois
golos através de erros individuais, que se pagam caros".

Filipe Sousa

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