Apesar do péssimo relvado, demasiado mau para ser verdade, a que não é alheio a muita chuva que se abateu sobre a Região nos últimos tempos, Marítimo B e Camacha proporcionaram um bom espectáculo de futebol, com golos e muita emoção, e que resultou num empate. Uma igualdade que acaba por se aceitar, apesar dos verde-rubros terem desperdiçado uma grande penalidade. A diferença, ou melhor, o empate foi determinado por lances de bola parada. Mais matreiros, os camachenses souberam aproveitar este 'modelo' de jogo para chegar duas vezes à vantagem, superiormente anuladas pela classe de Kléber, avançado que viria a 'borrar a pintura' ao desperdiçar um castigo máximo. No lance de bola parada, Kléber permitiu a defesa a Cortes, perdendo a oportunidade de vestir integralmente a 'camisola' de herói. Centrado num 4x2x3x1, o Marítimo B entrou a pressionar o losango (4x4x2) camachense mas sem causar perigo. Os sistemas tácticos encaixavam-se e a guerra do meio-campo era sucessivamente anulada de um lado e outro. O primeiro sinal de perigo só apareceu aos 15 minutos para o lado dos visitantes,num remate forte de Evandro, com a bola a passar perto do poste. Menos ofensivos,os camachenses eram, no entanto, mais adultos e aos 31 minutos chegaram à vantagem, através de um canto directo apontado por Rogerinho. Luís Carlos estava obrigado a fazer muito mais. O golo despertou os verde-rubros que, finalmente, aos 36 minutos conseguiram fazer o primeiro remate à baliza: Sami permitiu defesa fácil a Cortes. Mais acutilantes e rápidos, utilizando toda a largura do (horroroso) relvado, os jovens pupilos de Nélson Caldeira criaram mais dois lances de perigo - num deles Cortes fez grande defesa a novo remate de Sami (42 minutos) -, antes de chegarem à igualdade. E que golo! Kléber recebeu de cabeça um passe de Dylan e, de primeira, sem deixar a bola cair no chão, com pontapé de moinho, fez o justo empate. Após o intervalo, as equipas voltaram a encaixar-se, as 'amarras' defensivas prendiam o futebol ofensivo, enquanto a meio-campo lutava-se com bravura pela posse de bola. Sem nada o fazer prever, em novo pontapé de canto (curto), a Camacha voltou a adiantar-se no marcador, num bom cabeceamento de Paulinho, a passe de José Paulo. Os camachenses mostravam-se muito perigosos em lances de bola parada, sinónimo de quem faz bem o 'trabalho de casa'. O golo voltou a despertar as hostes verde-rubras, mais quando Dylan atirou à barra (70). Quatro minutos depois, aproveitando uma falha dos centrais contrários, Kléber isolou-se e à saída de Cortes atirou para o fundo da baliza. O Marítimo mostrava-se mais forte e aos 78 minutos, no lance capital do jogo, Kléber desperdiçou a 'tal' grande penalidade, a castigar mão de Paulinho na área. Animicamente os verde-rubros caíram e a Camacha voltou a crescer. Carlos Manuel - que grande jogo! - ainda atirou à barra, mas o resultado estava feito, com justiça. A este nível não se podem falhar nos lances(pénaltis) capitais. Arbitragem positiva. Reacções Nélson Caldeira, treinador do Marítimo B: "Resultado acaba por ser bastante penalizador para nós. Na sequência de duas bolas paradas sofremos dois golos que alteraram, na minha perspectiva, a justiça do encontro, que foi claramente dominado por nós, por uma jovem equipa. Parabéns a todos os intervenientes, porque este dérbi foi bem jogado e emotivo. José Barros, treinador da Camacha: "Jogo muito difícil para a Camacha que defrontou um adversário com qualidade, ainda por cima reforçado com elementos da equipa A, num terreno impraticável. As duas equipas tentaram ganhar o jogo, a Camacha teve duas vezes o pássaro na mão, mas sofremos dois golos através de erros individuais, que se pagam caros". |
Filipe Sousa |
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Marítimo B, 2 Camacha, 2 in Diário de Notícias
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