terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Taça de Portugal in Diário de Notícias

Nunca os quartos-de-final estiveram tão perto e defrontar um
adversário do mesmo escalão, em casa, abre excelentes perspectivas
à Associação Desportiva da Camacha de seguir em frente na
Taça de Portugal. Para que esse objectivo se concretize será necessário
ultrapassar o Pinhalnovense, tal como ditou o sorteio da Taça
de Portugal realizado ontem na sede da Federação Portuguesa de
Futebol. Integrar o lote dos oito finalistas está perfeitamente ao alcance
da equipa madeirense que assim terá a oportunidade de continuar
a sonhar com um grande, FC Porto ou Sporting, caso ultrapassem também
os respectivos adversários. Camacha e Pinhalnovense são velhos conhecidos
e neste confronto a tradição não é muito favorável aos madeirenses,
nomeadamente nos jogos caseiros. Nas duas visitas ao Campo da Nogueira,
a equipa de Pinhal Novo venceu sempre (1-0 em 2003/04 e 2-1 na
época seguinte). Na única vez em que mediram forças na Taça, em 2006/07
, o desfecho voltou a ser favorável ao Pinhalnovense (2-0 na 5.ª
eliminatória disputada em Pinhal Novo). Mais recentemente, em Setembro,
num jogo a contar para a 2.ª jornada do Campeonato Nacional da
II divisão Zona Sul, registou-se um empate a um golo. Uma coisa é certa:
no próximo dia 20 de Janeiro será feita história no Campo da Nogueira,
já que ambas as equipas nunca estiveram nos quartos-de-final da prova
rainha do futebol português.

Dados históricos aparte , a verdade é que o sorteio foi 'amigo', daí
o treinador José Barros não esconder "o desejo de concretizar o sonho
de estar presente na final do Jamor."

"Tínhamos o objectivo de encontrar uma equipa em que tivéssemos
50% de hipóteses de passar e isso aconteceu. Vamos jogar em casa e
no aspecto desportivo isso é bom. Fiquei satisfeito com o sorteio
e vamos fazer todos os possíveis para continuar a fazer história", realçou
José Barros, que tem ideia semelhante daquela apresentada pelo técnico
adversário (ver destaque). "Nestes jogos normalmente não existem
favoritos. Há 50% de hipóteses para cada lado até porque são equipas
do mesmo escalão", disse o treinador da AD Camacha sem esquecer
os pontos fortes do adversário. "Têm qualidade e estão a fazer um
bom campeonato. Conta com jogadores rápidos e experientes. Estão
reunidas todas as condições para um bom jogo e vamos tentar fazer
valer o factor casa", concluiu.

Passar para atenuar a crise...

Cauteloso, mas confiante. O presidente da AD Camacha, Celso Almeida,
adverte para a qualidade do opositor e considera que "não são favas contadas
." Ainda assim, ficou satisfeito com o adversário que saiu na 'rifa'. "Foi
um sorteio que nos beneficiou, mas agora temos de mostrar a nossa
qualidade em campo", referiu para depois deixar um objectivo, mas
também um lamento: "Temos problemas financeiros. Estamos a sofrer
com a falta de dinheiro enquanto outras equipas da mesma divisão
estão em dia. Por isso, numa próxima eliminatória, gostaríamos de
jogar em casa com um grande para regularizar a situação dos jogadores."

"50 % para cada lado", diz Paulo Fonseca

Na temporada 2006/2007, depois de ter afastado a AD Camacha,
a equipa de Pinhal Novo viveu um dos momentos mais importantes da
sua história quando defrontou o Sporting (derrota por 6-0), nos oitavos-de-final
da Taça de Portugal. Três anos depois há nova oportunidade para chegar
mais além, embora o treinador do Pinhalnovense, Paulo Fonseca, reconheça
que "o sorteio não foi favorável" devido ao valor do adversário. "É uma equipa
muito forte e que está a fazer um excelente campeonato. A Camacha
vale pela sua organização colectiva. É forte em todos os sectores e tem
bons jogadores. Por tudo isto será um jogo bastante difícil. Mas temos
as nossas ambições e que passam por seguir para a eliminatória
seguinte", apontou Paulo Fonseca que enquanto jogador representou
o Marítimo em 97/98. "Penso que vai ser um jogo em que ambas
as equipas vão ter 50% de hipótese de passar", acrescentou ao
DIÁRIO o treinador do Pinhalnovense.


Pedro Freitas Oliveira

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