segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A força da irreverência in Diário de Notícias da Madeira


Não foi um grande jogo mas foi uma partida interessante  onde a força da juventude irreverente superou a experiência camachense.
O Marítimo entrou forte com acelerações e transições rápidas e com muita mobilidade na sua frente de ataque causando sérios embaraços à defesa local. A Camacha consentia esse domínio de uma forma estratégica, para depois em rápidos contra-ataques tentar surpreender .
Apesar do maior ascendente,l os maritimistas não conseguiam criar espaços de remate, e na primeira vez que a equipa da casa aproximou-se da baliza contrária quase chegava ao golo. Marco depois de ir até à linha de fundo conseguiu cruzar atrasado onde Amar, solto, rematou para defesa fácil de Ricardo.
Ficou um sério aviso para a defesa maritimista que viu, minutos depois, o mesmo Amar, lançado em profundidade, ser mais rápido que os centrais contrários e com apenas o guarda-redes pela frente colocar a sua equipa em vantagem.
Mas era o Marítimo com melhores rotinas, mais equilibrado sectorialmente mas sobretudo imprimindo essa grande arma do futebol que é a velocidade que num curto espaço de tempo conseguiu dar a cambalhota do marcador.
O golo da igualdade resultou numa grande penalidade a castigar derrube de Rui Manuel a Heldon. Yuri encarregado da sua conversão fê-lo de forma exímia.
Com o Marítimo em vantagem coube à Camacha assumir as despesas da partida no 2º tempo, arriscando mais na tentativa de chegar à igualdade. José Barros alterou tacticamente o modelo de jogo, correndo riscos calculados ao prescindir de jogadores com características defensivas por outros mais vocacionados para atacar .
O que resultou em tudo isto foi uma segunda parte com muito mais jogo no 'miolo'. A Camacha bem tentava porfiar mas quase sempre o seu futebol esbarrava na coesa defensiva do Marítimo. Depois numa perda de bola dos locais, Ruben inventou uma jogada pela esquerda e fez uma grande assistência, onde Edivânio num gesto técnico perfeito dominou o esférico com o peito e rematou colocado para sentenciar a partida.
Reacções
José Barros (treinador da Camacha): "Conhecíamos bem a equipa do Marítimo e assentamos bem a nossa estratégia na base desse conhecimento ao ponto de entrarmos bem no jogo. Demos inicialmente uma ligeira iniciativa ao adversário para aproveitar os espaços que o Marítimo costuma deixar nas costas da defesa . Arriscamos na 2ª parte mas a qualidade do adversário não só permitiu que chegássemos ao empate, como num contra-ataque voltou a marcar».
Duarte Correia (treinador do Marítimo): "Foi uma boa vitória na casa de um adversário valoroso e que há algum tempo não perdiam . A nossa estratégia apostava em resolver o jogo cedo, mas não conseguimos ao sofrer um golo quando estávamos a pressionar e devido a uma desatenção, conseguimos depois marcar por duas vezes e aí aconteceu o ponto de viragem. A equipa estava bem montada pelo Pedro Martins, devo-lhe isso e aos poucos vamos trabalhar e dar sequência ao que de bom foi feito".

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