Foi com alguma sorte que a Camacha arrancou um importante ponto para evitar a descida de divisão. O conjunto da Pérola do Atlântico teve o mérito de sempre acreditar que era impossível evitar a derrota, aproveitando alguma ingenuidade da jovem equipa adversária. A primeira parte do encontro foi enfadonha, sem motivos de interesses, e só na etapa complementar é que se viu alguma qualidade. Aos 50 minutos, o jogo parecia resolvido. A formação do Real aproveitou uma entrada adormecida da Camacha na segunda parte e marcou dois golos, em três minutos, que pareciam ter resolvido o encontro. José Barros mexeu de imediato na equipa - retirou o médio Pita para entrar o avançado a Anderson -, mas os madeirenses, apesar de empurrarem o adversário para o seu último reduto, eram incapazes de criar perigo. A equipa da casa continuava a tomar conta do jogo e o guardião Fábio, que foi mal batido no primeiro golo sofrido, evitava um resultado mais volumoso. Até que Dally, aos 69 minutos, surge isolado só com Bruno Fernandes pela frente e é carregado. Grande penalidade bem marcada, com o guardião a ser expulso, e Geufer reduziu a diferença. O tento ilhéu relançou a partida e o técnico visitante arriscou tudo, passando a jogar com três defesas. A entrada do veterano Joel Santos permitiu aos insulares acelerar o ritmo, mas as melhores oportunidades continuavam a pertencer à formação do Real, apesar de actuar com menos um elemento. Contudo, já no tempo de compensação, surgiu mais um penálti abençoado para a Camacha, desta vez a castigar mão de Hugo Rosa. A responsabilidade voltou a recair sobre os ombros do brasileiro Gaufer, que não desperdiçou a hipótese do empate. O golo foi muito festejado por toda a comitiva insular e poderá revelar-se decisivo nas contas da manutenção. Na última jornada, os camacheiros recebem o Lagoa, bastando um empate para não ser preciso fazer contas. Arbitragem regular. Treinadores Filipe Ramos, (treinador do Real) "Não temos palavras para descrever aquilo que sentimos. Foi das maiores injustiças a que já assistiu. Jogamos muito bem e tínhamos o jogo controlado e depois com o primeiro penálti ficamos mais intranquilos". José Barros, (treinador da Camacha) "Foi um jogo equilibrado e sabíamos que o Real necessitava de vencer esta partida. Na segunda parte entramos mal, cometemos dois erros, e, depois de estar a perder 2-0, coloquei toda a carne no assador. Chegamos, felizmente, ao empate". |
Miguel Gouveia Pereira |
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Real Massamá, 2 AD Camacha, 2 in Diário de Notícias da Madeira
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