segunda-feira, 18 de maio de 2009

Reposta a justiça...in jornal da Madeira

Vitória faz Camacha retornar de onde nunca deveria ter saído
Reposta a justiça...
Foi num ambiente de festa e com uma casa bem composta, que a Camacha recebeu o Rio Maior, ciente de que uma vitória assegurava, desde já, o alcançar do grande objectivo para esta temporada, ou seja, a subida à II Divisão. No fundo, este era um jogo importante para as duas equipas. Para a Camacha pelo motivo atrás focado, por seu turno, uma vitória do Rio Maior significava a esperança de alcançar um lugar que lhes permitisse a subida de divisão. A partida foi, no seu todo, muito táctica, com muita luta, mas pouco jogada. Todavia, o empenho dos intervenientes, foi por demais evidente, do primeiro ao último minuto. Aos 21’, um livre directo cobrado por Rogeirinho contando com a colaboração de Passarinho lançou a primeira explosão de alegria nas bancadas. Este era um momento marcante, pois permitia uma postura competitiva à Camacha diversa da que teria com um outro resultado.
Os visitantes, embora actuando de forma desinibida, denotavam imensas dificuldades em desmontar a bem estruturada equipa da “terra dos vimes”. Apenas aos 44’, os vistantes lograram criar algum perigo, mas o remate de Telmo foi insipiente e Adriano deteve-o sem dificuldades de maior. Foi uma primeira parte, sem claras oportunidades de golo, com este apenas a suceder num lance de bola parada e com origem ainda longe da baliza.
A segunda metade foi mais intensa. A Camacha utilizando um sistema táctico, onde as mutações constantes entre os seus elementos criava dificuldades acrescidas aos forasteiros, mantinha o controlo do jogo. José Barros retirou Evandro e lançou Elton derivando Carlos Manuel para a direita, oferecendo outra estabilidade à sua defesa, no que se revelou uma aposta acertada. Não obstante, aos 67’, Pedro Fonseca teve uma boa iniciativa individual, mas o “disparo” saiu por alto. Aos 73’, um remate traçoeiro de Nivaldo quase traía Passarinho. Aos 76’, José Barros apostou em Dally e em melhor momento não o poderia ter feito, pois no minuto seguinte, o senegalês correspondeu da melhor maneira a um canto cobrado por Dragan e, de cabeça, dilatou a vantagem. Aí foi o extravasar de toda uma alegria contida, por parte da família camachense. A vitória estava praticamente assegurada, pois só uma hecatombe poderia originar uma reviravolta no resultado. E foi mesmo a partir daí que a partida se soltou, com a Camacha, a aproveitar os espaços concedidos, para criar perigo para a baliza de Passarinho, primeiro por Vítor Hugo e depois por Joel Santos. No final, foi grande a festa entre os homens da Camacha, uma festa diga-se justa e merecida, por uma excelente temporada de uma equipa que, pese as adversidades, mostrou, claramente, ser de outro campeonato. Resta agora lutar pelo primeiro lugar na série.

Celso Almeida (presidente da AD Camacha): “Sem dúvida nenhuma, que este resultado é a reposição da justiça, com muita categoria, regularidade e dignidade. Este é um marco, contra a pirataria que grassa neste país, a todos os níveis, particularmente na FPF. Para a próxima época, a Camacha procurará manter-se onde esteve nos últimos 14 anos. Para já a II Divisão, mas não enjeito a possibilidade, de, um dia, tentar a Liga Vitalis. Não sabemos se será na próxima época. Vamos ver qual será a política do governo, em termos de comparticipações. É muito importante a gestão financeira dos clubes”.

José Barros (treinador da Camacha): “Tenho que me sentir feliz, com a concretização deste objectivo. Por tudo aquilo que passamos, este grupo era merecedor desta subida, para mais a quatro jornadas do fim. Não há palavras para descrever o que uma pessoa sente. Foi uma conquista suada, mas merecida. Agora vamos procurar um outro objectivo, que é ficar em primeiro lugar, para premiar todo o trabalho que temos desenvolvido. Quanto ao meu futuro, logo se verá”.

Agrela (“capitão” da Camacha): “Faz nove anos que aqui estou. Foi com muito sacrifício, mas este grupo merece a subida de divisão, até por tudo o que passámos este ano, mas valeu a pena. Pela injustiça da época transacta este foi o coroar de todo o trabalho de uma época”.

Celso (jogador da Camacha): “Foi um jogo difícil, mas foi uma grande vitória. Esta vitória vem coroar um ano de trabalho, muito difícil, desgastante, com muitas dificuldades, que, infelizmente são sentidas em todo o lado. Mas o grupo foi maior que todas as dificuldades e conseguimos subir de divisão. Vamos lutar pelo título”.


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