quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Cooperação entre cientistas e treinadores

Cooperação mais estreita entre cientistas e treinadores

Foi com grande satisfação que assisti ao II Congresso Internacional de Sistemas Complexo e Desporto e X Encontro Europeu de Psicologia Ecológica. Evento ímpar, que reuniu um conjunto de investigadores conceituados da área do desporto. Auscultaram-se novos conceitos, novas tendências, diferentes teorias com o intuito de se mudar, desenvolver e fazer evoluir determinadas matérias da prática desportiva. Abordagens inovadoras que podem potencializar o desenvolvimento, desempenho de um atleta nas diversas modalidades.
Procurou-se algo novo, procurou-se compreender a mais minuciosa das coisas, contactou-se com verdadeiros cientistas onde procuraram explicar o que, por vezes, para um cidadão comum não existe explicação. Cientistas, investigadores sedentos e ambiciosos para encontrar a teoria certa, ideal, a que mais ninguém descobriu. Apresentando os seus estudos finais, tal como outros estudos em desenvolvimento à espera de uma resolução final.
Por outro lado, pretendeu-se adquirir algo de novo que pudesse trazer inovação, aperfeiçoamento, desenvolvimento à prática desportiva. Algo que acrescentasse um salto qualitativo na abordagem de treinadores, profissionais de desporto, atletas. Estes, que vivem de perto a modalidade e que procuram, incessantemente, a excelência, melhores prestações individuais e colectivas. Ao mesmo tempo fornecendo pistas, indicadores para que cientistas desenvolvam, pesquisem, explorem ao máximo as novas abordagens e tendências desportivas.
Verifica-se, deste modo, uma relação entre cientistas e os diversos agentes desportivos. Relação que deverá ser cada vez mais próxima, visto que ambas as partes poderão partilhar um conjunto de informações, dados que ajudarão o desenvolvimento e evolução de determinado conceito.
Efectuar pós graduações, mestrados, doutoramentos com o intuito principal e único de subir na carreira profissional ou por estatuto social é um factor que não abona nada a favor de quem decidiu escolher a via científica. Tal como treinadores que, receando que algo de novo surja no treino ou que novas ideias sejam postas em prática e discutidas, não permitem nem contribuem para a evolução da modalidade em causa.
Daí sugerir que se comece, de forma mais evidente, em fomentar uma cooperação mais estreita, saudável e limpa de obstáculos entre cientistas e treinadores/professores, situação já promovida noutros países, para que se possa estar na linha da frente, para que se passe de seguidores a inovadores. Esta postura no futebol iria, com toda a certeza, dar frutos. Porque não descobrir novos conceitos, novas tendências? Talvez assim, não necessitássemos de importar tantos jogadores e talvez conseguíssemos mais títulos europeus e mundiais. Matéria-prima não nos falta e de óptima qualidade. Só nos falta ganhar mais vezes fora de portas. Há que desenvolver a modalidade em conjunto (cientistas e treinadores).
Já vimos que um Congresso Internacional destinado ao Futebol seria algo atingível e pertinente. Aproveito para lançar o repto para que IDRAM, Associação de Futebol da Madeira, Universidade da Madeira ponderem a sua concretização. Poderia ser o primeiro passo…

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