quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Há que ir ao epicentro do verdadeiro problema

Muito se tem falado da arbitragem. Tema comum e até habitual após uma jornada de futebol.

Desta feita, vozes têm sugerido a inclusão de árbitros estrangeiros nas competições nacionais, nomeadamente nos campeonatos organizados pela liga. Uma solução, que, à primeira vista, iria resolver os problemas que têm assolado a arbitragem em Portugal. Mas será que o problema está nos árbitros? Será que não temos árbitros de qualidade em Portugal? È um denominador comum verificar que as performances dos nossos juízes além fronteiras não são tão contestadas como internamente. Talvez não sofram tantas pressões de agentes exteriores para condicionar as suas actuações.

Fala-se muito da qualidade e da falta dela, mas o que tenho constatado por esses campos fora, é que os erros ocorrem sempre para as mesmas equipas. Os benefícios e os malefícios, que resultam da actuação/desempenho, estão definidos à partida. Transparece a ideia que os resultados desportivos já estão condicionados e combinados.

Creio que direccionar e focar o problema só nos árbitros é um pouco injusto. Estes estão nas mãos de uma teia bem montada que destinam e condicionam o rumo da arbitragem em Portugal, tal como do futebol, contribuindo directamente para as promoções e despromoções num campeonato. Prova disso, são os critérios de actuação dos árbitros, que diferem consoante o adversário. Não se verifica uma uniformização nas actuações.

Eu acredito que existem árbitros de futebol competentes. Mas a acção do árbitro não depende da sua vontade e/ou qualidade. É demais evidente que muitos agem de acordo com os interesses de poderosos. Interesses que, por vezes, até ultrapassam os próprios clubes. Destaco os interesses pessoais, económicos e também políticos. Muitos agentes de arbitragem agem consoante promessas de promoção, por troca de favores e por motivos pouco abonatórios à ética desportiva.

Daí considerar que será mais importante adoptar medidas de fundo para melhorar e credibilizar a arbitragem. Os árbitros são só um pequeno vértice do que se passa no futebol. Há que ir ao epicentro do verdadeiro problema. É, sempre, mais fácil culpabilizar o elo mais fraco, camuflando a verdadeira causa das coisas.

José Barros

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