terça-feira, 9 de junho de 2009

"Liderança solidificada com Barro(s)" in Diário de Notícias da Madeira



Liderança solidificada com Barro(s)
José Barros ajudou a levantar uma equipa em estado de choque após a descida
Data: 09-06-2009
José Barros foi eleito o melhor treinador a actuar num conjunto madeirense na III Divisão. Sucesso que reparte com todos os protagonistas que ajudaram a relançar a AD Camacha na II Divisão do futebol português. Barros venceu o galardão com imenso à vontade, arrecadando 68 votos contra 25 de Rogério Vilela, 2.º classificado, e 24 de Rodrigues Dias, o último do pódio. Também por isso não se mostrou surpreendido com a recepção do galardão Powerade. "É mais um reconhecimento do trabalho que foi feito. Tendo em conta que os objectivos foram alcançados na sua plenitude é natural que estes prémios acabem por surgir e é sinal que as pessoas estão atentas". A distinção é tida como a "valorização de quem trabalha" e serve de prémio merecido para uma época que começou com o "choque" da despromoção via secretaria. "Na altura em que isso ocorreu foi um momento muito difícil. Tivemos de assumir um compromisso de lealdade e compromisso com jogadores e direcção. Foi um choque e mexeu bastante com a própria estrutura. Alteramos um pouco as coisas, inclusive o sistema de jogo, e preparámos mentalmente os jogadores para aquilo que iríamos enfrentar". "A obrigatoriedade de subir de divisão é completamente diferente de discutir a manutenção", justificou. Algumas vozes, porém, minimizam o feito, alegando que o trajecto dos camachenses foi uma espécie de 'passeio'... "Quem acha isso, se calhar não está muito por dentro do futebol. Mesmo com tudo optimizado, é muito complicado subir de divisão e fazer o registo que fizemos. Não vamos ligar a isso". No início do ano, após a notícia de que a Camacha teria de discutir a III Divisão, o primeiro sentimento do grupo foi "raiva". Depois, veio o " querer, o empenhamento, o sacrifício que ajudaram a construir o sucesso". A "injustiça" da descida congregou a massa adepta camachense, que José Barros considera ter sido "sensibilizada para as coisas negativas que fizeram ao clube e respondeu em massa". O título da Série E da III Divisão acabou por ser "o prémio merecido para estes jogadores". "Merecem, por tudo o que fizeram e sofreram, ficar na história do desporto madeirense e da Camacha". José Barros também fica no clube na II Divisão - "foi-nos reiterada a confiança" - com o intuito de "tentar fazer uma boa época" e, para tal, quer "manter a grande maioria dos jogadores do actual plantel". São preciso sete alicerces para o sucessoDizem os entendidos que o sucesso futebolístico de qualquer equipa começa a ser construída na defesa. O chavão, embora vulgarizado ao longo dos tempos, faz sempre sentido até porque, na grande maioria das vezes, os campeões acumulam sempre o estatuto de defesa menos batido, como aliás foi o caso. Os guarda-redes Cortez e Adriano (dividiram a guarda das redes) tiveram em Agrela, Celso, Carlos Manuel, Elton e André cinco fiéis 'escudeiros' na batalha de manter inviolável a baliza camachense.Tarefa que todos disseram ser impossível de concretizar sem a imprescindível ajuda dos restantes companheiros, com tarefas mais adiantadas no terreno. "Começamos a defender no ataque", explicaram quase em uníssono, ao DIÁRIO. 24 golos sofridos, foi este o número que garantiu um dos galardões Powerade da época finda e que diz bem da solidez defensiva dos 'azuis e brancos'.Ano dourado de Vítor Hugo, um médio goleador: Ano após ano, Vítor Hugo tem merecido realce. Para quando a oportunidade?2008/2009 perdurará no tempo como o ano de Vítor Hugo - pelo menos no contexto dos prémios Powerade. O médio camachense obteve a façanha de aliar o título de melhor marcador ao de atleta mais regular entre os madeirenses que militam na III Divisão, conquistando de uma só vez dois troféus Powerade. Aos 26 anos, Vítor Hugo atravessa um excelente momento. Formado nas escolas do Marítimo, foi lançado cedo ao estrelato, estreando-se na I Divisão diante do Sporting. Mas quando se pensaria que pudesse singrar no panorama mais elevado do futebol português enquanto verde-rubro, acabou 'esquecido' na equipa B, seguindo-se uma experiência bem sucedida no Ribeira Brava. No ano findo, ajudou a Camacha a sagrar-se campeã da Série E da III Divisão e acabou por recolher também a atenção dos jornalistas do DIÁRIO. Duplamente premiado, Vítor Hugo agradece a iniciativa, "de louvar", principalmennte por ser "regional". Não sendo um avançado, Vítor Hugo conseguiu ser o melhor marcador entre os madeirenses, veia goleadora que tem sido estranhamente regular para um médio/defesa... "Não vivo obcecado pelo golo, mas sou ambicioso e quero sempre mais. Fiz nove golos na época passada, na II Divisão, e numa divisão inferior tinha me proposto fazer melhor. Consegui e agora pretendo melhorar cada vez mais", vincou quando confrontado com o facto. Vítor Hugo não nega que "esperava" jogar numa escalão superior nesta fase da sua carreira mas diz "não desistir" de chegar "o mais alto possível". "Devido à minha maneira de andar na vida - de forma ambiciosa - acho que ainda vou a tempo de jogar ao mais alto nível". Mas afinal o que tem faltado? "Se calhar um empresário", responde entre risos. "Tenho plena confiança nas minhas capacidades e se surgir a oportunidade acho que consigo corresponder". O futuro, esse, é ainda uma incógnita apesar da Camacha já o ter abordado para renovar. "Tenho mais um proposta de outro clube da Madeira mas ainda não me decidi. A minha ambição é muita grande e a época correu-me bem", frisou, esperando que possa surgir a proposta ideal. Até lá, todavia, dará o seu melhor como "sempre tem feito" e faz parte do seu carácter e encontra na família um porto seguro. "No futebol as coisas são muito boas quando existe êxito. Mas a minha família, mesmo quando as coisas não correm bem, é a base de tudo. Tenho de agradecer a todos os meus familiares, principalmente à minha mulher e filho, que é um género motor de arranque em todos os sentidos".
Edmar Fernandes

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